terça-feira, dezembro 11, 2007

Campeonato de Quebra-Canela

Hoje, conversando com a Luana, minha filha, lembrei de uma bobagem que fazia quando era jovem e freqüentava o primeiro grau na Escola Estadual de Primeiro Grau São Francisco de Assis, que ainda existe ali na avenida Princesa Isabel em frente ao Dmae. Como todo garoto, eu adorava jogar futebol e aproveitava todas as situações possíveis. No colégio, sempre havia futebol no recreio e nas aulas de educação física, mas, como eu não era dos mais altos, nem sempre jogava na hora do recreio, que era preferencialmente dos alunos das oitavas e sétimas séries. Eu, quase um nanico da quinta série, tinha que aproveitar o recreio com meus colegas de turma sem me misturar com os maiores. Inventamos, então, um minifutebol para jogar em duplas na pequena área coberta que ficava em frente ao bar do colégio. Ali, entre os pilares, fazíamos o nossos gols e de uma tampinha de refrigerante fazíamos a nossa bola, que às vezes podia ser uma bola de tênis, mas esta quicava demais. Assim, eu, o Jorge, o Jairo, o Clóvis, o Evandro e outros que nem lembro o nome, disputávamos fervorosas partidas naquele modelo de futebol. A nossa alegria não durou muito, pois os mais velhos, que não jogavam com os maiores (há uma pequena diferença entre mais velhos e maiores. Os mais velhos não eram necessariamente os maiores, mas mesmo assim eles nos impunham suas vontades), vinham e esculhambavam com nossa disputa. Surgiu daí o Quebra-canela, que vinha a ser o seguinte: quem tocava na tampinha podia ser chutado na canela ou chutar quem estivesse próximo. Os mais fortes pisavam na tampinha e saiam chutando os menores, que tinham a simpatia de outros menores e que chutavam de volta o agressor mais forte. Quando o mais forte era muito chutado, ele pegava a tampinha do chão, escolhia um dos que o estava chutando mais e colocava a tampinha dentro da roupa daquele, que passava a ser chutado sem parar até conseguir se desvencilhar da tampinha. Por incrível que pareça, apesar de toda a agressão que ocorria, dificilmente alguém iria reclamar para a direção, mas sempre tinha um que chorava e que no outro dia estava lá para buscar vingança.

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