quinta-feira, janeiro 12, 2006

Quando a escuridão domina os corações

Fazia um tempo que não via um bom filme de terror. Aliás, nem lembro qual foi o último. Daqueles que se toma um susto a cada seqüência, que se sente o coração bater mais forte. Pode até parecer um exagero meu, mas assisti A Escuridão (The Dark), de John Fawcett, num cinema praticamente vazio (era eu e mais três mulheres) e dava para sentir as reações delas a cada susto tomado.
O filme se baseia numa lenda galesa (do País de Gales) que fala de um outro mundo, onde vivem os mortos. E na possibilidade de resgatar mortos com a ida de vivos para o outro lado. A história baseia-se na vida de Adele (Maria Bello, que é a cara da Guilia Gam) e de sua filha Sarah (Sophie Stuckey) que vão viver com o pai inglês, James (Sean Bean), na ilha britânica, mesmo depois dele ter abandonado ambas nos Estados Unidos. Quando chegam por lá descobrem que James vive num local isolado, na região litorânea, próximo a um penhasco. O local parece muito com a Guarita de Torres, mas é muito mais pedregoso. E lá vivia um grupo que seguia a tal lenda galesa como se fosse uma religião. Essa comunidade fez um suicídio coletivo 50 anos antes da chegada da família e o único remanescente é o auxiliar de James, o pastor de ovelhas Dafidd (Maurice Roëves).
O diretor John Fawcett tem muita experiência em séries televisivas, entre elas “La femme Nikita” e “Xena, a princesa guerreira”, mas esse é a sua primeira oportunidade em longas. Ele tem a mão firme, sabe usar o claro e o escuro, mantém o ritmo do filme constante, o som entra na hora certa e na medida certa. E isso num filme de terror é essencial. Realmente dá calafrios, modifica a respiração do espectador, faz a mão suar. O resultado pode ser ótimo para quem gosta de levar a namorada no cinema esperando que ela leve sustos e pegue mais firme na sua mão.
O único filme que havia gostado da Maria Bello era “Duets”, em que ela faz uma cantora de karaokês, e nesse ela mostra toda a sua qualidade. É mãe desesperada, é mulher gritona, é a única que raciocina de acordo com a lenda enquanto que o marido é descrente. O galês Dafidd é enigmático, parece saber mais do que diz. E tem a menina Ebrill (Abigail Stone), que é um fantasma de carne e osso, dócil em alguns momentos, e terrível em outros. E acho que o filme tem de melhor é o final, diferente daquilo que a gente espera e torce. Eu recomendo.

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