segunda-feira, outubro 24, 2005

Puskas, o craque que não vi jogar


Tive a oportunidade de ler "Puskas, uma lenda do futebol", a biografia de Ferenc Puskas, o Major Galopante ou Canhãozinho Pum Pum, um dos maiores craques do futebol mundial, que jogou nos anos 40, 50 e 60. O "irmãozinho", como chamavam os húngaros, começou a jogar bola no time perto de sua casa, o Kispest, que depois virou Honved, sendo treinado por seu pai, um ex-jogador do clube, mas sem muito talento. Sua amizade com outro grande craque húngaro, Kocsis, começou cedo, já que eram vizinhos de apartamento. O futebol era simples para Puskas, era sua alegria primordial. Bastavam cinco minutos para ele descobrir os pontos fracos dos adversários e mudar o jogo a seu favor. A Seleção Húngura, que dominou o mundo pós-guerra, não conseguiu conquistar uma Copa Jules Rimet, já que só disputou a Copa de 54 e perdeu a final para a Alemanha. Mas conseguiu vencer uma Olimpíada, a de 52 em Helsinque. Também foi a primeira seleção do mundo a derrotar a seleção inglesa dentro da Inglaterra e por 6 x 3. E depois de seis meses, a Hungria meteu 7 x 1 jogando em Budapeste. Os hungaros inventaram o 4-2-4, sistema de jogo que suplantou o WM que a Inglaterra implementou entre as grandes guerras. Mas foram os brasileiros que conseguiram consagrar esse estilo de futebol, com uma geração de notáveis que incluia Djalma Dias, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo, apesar da batalha de Berna, em 54, quando húngaros e brasileiros saíram aos tapas, garrafadas e chuteiradas, durante e após a partida vencida pelos magiares. Foi o húngaro Lazlo Zsekely que implantou o sistema no Grêmio, mas foi Foguinho que ficou famoso por esse feito (mas isso é outra história).
O Major Galopante fugiu da Hungria em 1956, visitou o Brasil, tentou jogar na Itália, apesar da proibição da Fifa, mas conseguiu se estabelecer no Real Madrid, onde formou um dos melhores times do século, ao lado do uruguaio Santamaria, dos espanhóis Del Sol e Gento, do francês Kopa, do argentino Di Stefano e do brasileiro Didi. Foi campeão do mundo mas nunca enfrentou o Santos de Pelé. Vestiu a camisa da seleção espanhola, porém estava um tanto velho na Copa do Chile, em 1962, e não conseguiu classificar a Fúria para a segunda fase. É um livro muito interessante porque o autor, o inglês Rogan Taylor, fez uma pesquisa histórica para desvendar o sistema político húngaro, a revolução, o domínio russo e suas influências no futebol.
Dá uma pena enorme que dê para ver poucas coisas antigas em vídeo ou dvd. Há alguns anos atrás, antes da Copa da França, vi uma série de filmes oficiais das Copas, mas não gravei. Parece que a Placar lançou tudo em dvd, mas não tenho certeza. São filmes que devem ser revistos, mesmo que eles não contenham todos os jogos ou partidas inteiras. É sempre bom ver os craques que não conseguimos ver por nascer em época que eles não mais jogavam, ou mesmo ler suas biografias, como essa.

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