sexta-feira, julho 15, 2005

Kung-Fusão é dez

Eu sempre gostei de filmes de kung fu. Me lembro de ver, ainda criança, um filme que o cara rachava a cabeça dos adversários com um pano. Eu morria de rir. Eles queriam fazer um filme sério e acabava sendo engraçado. A realidade dos chineses, por causa de sua cultura milenar, parecia ridícula para mim. Em outros filmes os caras lutavam voando. O meu irmão não gostava, achava que os chineses viajavam, exageravam. Depois vieram os filmes de Jackie Chan e Jet Li e todo o mundo passou a dar valor a esses filmes. Agora tem o Kung-Fusão. Abaixo está a crítica que o site Cena de Cinema está publicando. O link está ali do lado.

A melhor comédia dos últimos tempos?

Desde o surgimento de Jackie Chan no mercado mundial que os filmes de kung fu feitos na China mudaram de status, saindo da situação de filmes de baixa qualidade para serem vistos como bons filmes de ação. Muitos dos atores chineses acabaram conquistando também Hollywood, como no caso do já citado Jackie Chan, mas também Jet Li, Chow Yun-Fat e Sammo Hung, além de diretores como John Woo. Agora chegou a vez de outro chinês conquistar a Meca do cinema mundial, Stephen Chow. Ele atua, dirige, produz e escreve os seus filmes. O lançamento atual, Kung-Fusão, é um bom exemplo de filme bem feito, que satiriza outros sucessos e tem uma boa dose de ação.
A história relata a vida de um vagabundo, Sing (Stephen Chow), que quer se tornar um gangster e finge pertencer a maior gangue do local, a Gangue do Machado, isso numa China anterior ao governo comunista de Mao Tse-Tung. O lugar escolhido por Sing é um cortiço conhecido como Chi-Queiro, onde os proprietários mantêm todos os inquilinos com rédeas curtas. Tem um alfaiate gay chamado Taylor (Chiu Chi Ling), um peão chamado Coolie (Xing Yu) e o Padeiro (Dong Zhi Hua), todos mestres de Kung Fu. A Proprietária (Yuen Qiu) é gritona e o Proprietário (Yuen Wah) tanta tirar proveito de todos. Uma comunidade hilária, principalmente o cabeleireiro que fica o tempo todo com as nádegas aparecendo.
A Gangue do Machado, através do Irmão Sum (Chan Kwok Kwan), tenta dominar o local e é espancada pelos mestres de kung fu do local. Então buscam os maiores assassinos da China, mas só o mestre Fera (Leung Siu Lung), que está na cadeia, é capaz de dominar a situação. As lutas têm uma coordenação fantástica do excelente e consagrado Yuen Wo Ping, responsável pelas cenas de luta do Kill Bill, Matrix e O Tigre e o Dragão.
Mas não é só as lutas que se destacam. Stephen Chow mistura, com ajuda dos efeitos especiais, a linguagem do cinema com a de desenhos animados. Os atores correm como o Papa-Léguas, voam como os lutadores de Dragon Ball Z e agem como Carlitos, Três Patetas e Buster Keaton. Também imitam os trejeitos de Bruce Lee, Jackie Chan e Jet Li, os maiores atores chineses.
Talvez o maior mérito de Chow não seja como ator, apesar de ser ter uma atuação segura, mas como diretor. O filme tem o modus operandis chinês, sua linguagem e seu humor, que são bem diferentes do cinema americano ou europeu. Contudo, o diretor usa alguns dos maiores filmes americanos para fazer humor ou prestar uma homenagem. Tem sinais claros de A Gangue de Nova Iorque, Matrix, Forrest Gamp e Kill Bill, além de brincar até com Homem-Aranha. É provavelmente a melhor comédia dos últimos tempos. Depois de ver o filme, se fica com a impressão que Stephen Chow vai ser o grande nome dos filmes de ação ou cômicos de Hollywood nos próximos anos, seja como ator ou como diretor.

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