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Quem é fã das histórias em quadrinhos, não importando qual herói mais gosta, sempre reclamou que as transposições para as telas sempre deixaram algo importante para trás. Até mesmo filmes consagrados como Superman, X-Men, Homem-Aranha e Hulk deixaram fãs incomodados. As quatro versões anteriores de Batman foram assim. Do primeiro, implicaram com Michael Keaton, depois com os roteiros que deixavam o Batman sempre inferior aos vilões. Reclamaram também da entrada de um Robin que não era uma criança ou um adolescente. E, por último, do Batman de George Clooney, que era muito parecido com o Batman de Adam West.
Mas Batman Begins tem grandes semelhanças com as histórias em quadrinhos, principalmente com Ano Um, história de Frank Miller, a partir da qual foi roteirizado. A hq relata o primeiro ano de atividade do morcegão, o início da sua amizade com Gordon, até certo ponto, do surgimento de Hervey Dent, o promotor que depois vira o Duas-Caras, da prostituta Selina, a futura Mulher-Gato, e como foi o período de aprendizado, entre Europa e Ásia.
O filme de Christopher Nolan traz muitos desses elementos. Ele relata a formação do Batman, onde que Bruce Wayne foi buscar o conhecimento, o aprimoramento técnico e físico. Apenas não mostra como ele se tornou o maior detetive de todos os tempos, mas isso também não tinha na história de Miller. Nem como ele conheceu Ra's Al Ghul.
Mas tem outras coisas como o artefato para chamar os morcegos, seu relacionamento com Alfred, e, principalmente, Gothan City. A cidade é um misto de Nova Iorque e seus arranha-céus, Chicago e sua claustrofobia e a Los Angeles de Blade Runner, que dá para se notar que serviu como inspiração.
Christian Bale, que começou no cinema fazendo o garotinho de Império do Sol, soube dar a cara que o Morcegão sempre teve, a do cara ambíguo, o irmão gêmeo do Coringa. Como esse é o primeiro filme da nova série, tanto o Batman quanto Bruce Wayne deverão evoluir nos próximos filmes. E esperar para saber quem será o palhaço assassino.